Mais um carnaval se foi!
Parabéns a Vila Isabel e a Império da Tijuca (desfile emocionante), campeãs respectivamente do Grupo Especial e da Série A.
Minha programação foi bem intensa!
Sexta feira, único dia em que fui a bloco na rua - particularmente não curto muito, mas esse ano abri uma exceção por conta da companhia de amigos queridos. Não tive a oportunidade de assistir a primeira noite de desfiles da Série A pela TV, pela primeira vez transmitido pela Globo. Tentei ver a Viradouro, última escola da noite, que homenageou os 60 anos do meu Salgueiro, mas não consegui. No dia seguinte, acompanhei um resumo dos desfiles pela TV. Desolador ver a Unidos de Vila Santa Tereza desfilando sem fantasias - componentes da bateria sem camisa, passistas em roupas íntimas. Uma cena muito triste! A União do Parque Curicica reeditou o desfile da Portela de 1994, "Quando o samba era samba". Emocionante! Estácio desfilando suntuosa como há tempos não se via, pena ter ultrapassado um minuto do tempo regulamentar, mas valeu a merecida homenagem ao maestro Rildo Hora. Rocinha irreverente, destaque para a comissão de frente com "churrasquinho de gato". E a Viradouro que lembrou os carnavais memoráveis do Salgueiro com um samba sem refrão que levantou o público, mesmo quando o som do Sambódromo parou.
No sábado, a segunda noite de desfiles da Série A, assisti no Sambódromo. Uma noite emocionante, sem dúvida. Destaque maior para o desfile da campeã Império da Tijuca, com o melhor samba do ano, principalmente quando a última alegoria passou com a imagem de Nossa Senhora Aparecida envolta na bandeira da escola. Decepção com a Tradição, que reeditou o clássico "Das maravilhas do mar, fez-se o esplendor de uma noite" (Portela, 1981), porém fez um desfile pífio e constrangedor. Império Serrano, Caprichosos, Cubango e Unidos de Padre Miguel fizeram boas apresentações, aliás saudades das duas primeiras no Grupo Especial. No desfile da Padre Miguel começou a chover, único momento em que a chuva apareceu, visto que na semana anterior a meteorologia previa dias chuvosos durante todo o carnaval.
Domingo, primeira noite de desfiles do Grupo Especial. Estava no Sambódromo, ansioso para ver minha escola passar, emocionado como de praxe. A estreante Inocentes de Belford Roxo não se intimidou ao abrir a noite, com um enredo em homenagem aos 50 anos de imigração sul-coreana ao Brasil. O Salgueiro veio em seguida. Foi um desfile maravilhoso, de encher os olhos. De fato Renato Lage é um gênio (e bom saber que renovou o contrato para 2014), conseguiu fazer de um enredo que não se esperava muito um desfile sensacional, com alegorias belíssimas e fantasias luxuosas. Em seguida, a Unidos da Tijuca defendia o título de 2012 com uma viagem à Alemanha e alegorias repletas de efeitos e coreografias, ao estilo do carnavalesco Paulo Barros. Enfrentou problemas com alegorias (quebra, incêndio, pessoas desmaiando por conta do calor), mas no geral fez um desfile incrível - destaque para as alegorias do Playmobil (saudades da infância) e das tulipas de cerveja. A União da Ilha, quarta escola a se apresentar, não conseguiu sustentar a animação, e fez uma passagem fria, apesar das belas alegorias em homenagem ao centenário de Vinícius de Moraes. O samba não funcionou muito bem e o desfile foi apenas burocrático. A Mocidade se apresentou a seguir, com o desfile sobre o Rock in Rio. Um enredo que foi bastante criticado e alegorias e fantasias pouco criativas contrastaram com a bateria sensacional que trouxe paradinhas fantásticas, sem dúvida o que salvou o desfile. Fechando a noite, a Portela trouxe emoção ao homenagear os seus 90 anos e os 400 anos de Madureira. Apesar de um samba maravilhoso, plasticamente a escola veio fraca. A emoção foi a mola propulsora da passagem da azul-e-branco de Madureira, mas ficou faltando um algo a mais.
A segunda noite de desfiles assisti pela TV. Vale ressaltar que a transmissão da rede Globo, mais uma vez foi por demais engessada, não passando um mínimo de emoção, chegando a ser monótona. Minhas considerações não serão como as de domingo, pois ao vivo é infinitamente diferente. A noite foi aberta pela São Clemente, com seu enredo em homenagem a novelas da Globo. Curiosamente, a emissora cortou o desfile - até agora não vi a última alegoria - sem maiores explicações. Particularmente achei que a amarelo-e-preto de Botafogo fez um desfile inferior à Inocentes, mas ainda conseguiu terminar a classificação em décimo lugar, a frente dela e da Mocidade. Em seguida, a Mangueira trouxe as duas baterias - a meu ver esperava algo mais impactante - e, devido a evolução arrastada e uma alegoria que travou na torre de TV, acabou ultrapassando o tempo de desfile em seis minutos. Beija Flor e Grande Rio fizeram desfiles enfadonhos e arrastados, a primeira falando do cavalo mangalarga marchador, a segunda com um enredo um tanto quanto confuso sobre os royalties do petróleo e um samba muito ruim. A Imperatriz fez uma apresentação belíssima e emocionante, como há tempos não via. A homenagem ao estado do Pará trouxe as belezas do estado junto com traços da cultura e da religiosidade de seu povo. A Vila Isabel, que fechou a noite, fez um desfile arrebatador, merecidíssima campeã! Belas alegorias (trabalho da fantástica Rosa Magalhães), o melhor samba do ano cantado a plenos pulmões e bateria fazendo a "festa no arraiá". Me arrependo de não ter ido a Sapucaí na segunda só por conta desse desfile. Sem dúvida, mais um memorável. Quem sabe daqui a alguns anos ele estará aqui no blog, né?
E que venha mais um carnaval. Falta muito?
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